China investe na América Latina

53 mil milhões de dólares<br>em acordos com o Brasil

O pri­meiro-mi­nistro chinês, Li Keqiang, ini­ciou na se­gunda-feira, 18, uma vi­sita à Amé­rica La­tina, que in­clui Brasil, Colômbia, Peru e Chile, com o ob­jec­tivo de apro­fundar as re­la­ções com aqueles países.

Co­mércio da China com a Amé­rica La­tina cresceu vinte vezes em ca­torze anos

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Li Keqiang vai dis­cutir com os di­ri­gentes dos quatro países la­tino-ame­ri­canos o apro­fun­da­mento da co­o­pe­ração nas áreas in­dus­trial e tec­no­ló­gica, de­sen­vol­vi­mento de infra-es­tru­turas, cons­trução de zonas de livre co­mércio, for­mação de re­cursos hu­manos e ajuda fi­nan­ceira.

A vi­sita ofi­cial co­meçou no Brasil, onde a pre­si­dente Dilma Rous­seff e Li Keqiang as­si­naram acordos de in­ves­ti­mento da ordem dos 53 mil mi­lhões de dó­lares nas áreas da agri­cul­tura, au­to­peças, equi­pa­mentos de trans­portes, energia, fer­ro­vias, ro­do­vias, ae­ro­portos, portos, ar­ma­ze­na­mento e ser­viços. Se­gundo in­forma o portal Ver­melho, parte desse in­ves­ti­mento – pouco mais de três mil mi­lhões de dó­lares – res­peita a in­ves­ti­mentos já em curso, mas a prin­cipal fatia é para novos pro­jectos, in­cluindo a par­ti­ci­pação na cha­mada Fer­rovia Trans-oceâ­nica que li­gará a bra­si­leira Fer­rovia Norte-Sul à costa do Pa­cí­fico, no Peru. Com um custo es­ti­mado entre 4,5 mil mi­lhões de dó­lares e 10 mil mi­lhões de dó­lares, a cons­trução desta via férrea, em par­ceria com a China e o Peru, para além de ser um pro­jecto-chave na in­te­gração sul-ame­ri­cana, é es­tra­té­gica para a re­dução do preço dos fretes e prazos de es­co­a­mento de ce­reais, carne e ou­tros pro­dutos para a Ásia. Além disso, Dilma Rous­seff ma­ni­festou a von­tade do seu go­vermo de con­vidar a China a par­ti­cipar da cons­trução do ca­minho de ferro de alta ve­lo­ci­dade no Brasil.

A aber­tura do mer­cado chinês à carne bo­vina do Brasil e a con­clusão da venda e en­trega do pri­meiro lote de aviões da Em­braer, de um total de 40, à chi­nesa Ti­anjin Air­lines, fazem parte do pa­cote bi­la­teral de acordos China-Brasil.

Es­treitar laços

As re­la­ções entre os dois países têm vindo a apro­fundar-se desde o tempo do go­verno Lula, e re­gis­taram um novo in­cre­mento com a for­mação do grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

De acordo com o Ver­melho, a vi­sita de Li Keqiang cons­ti­tuiu uma opor­tu­ni­dade de con­sulta para os dois países abor­darem as ques­tões de vá­rias áreas para aco­lher a ci­meira do BRICS a ser re­a­li­zada em Junho. Na questão do Banco Asiá­tico de In­ves­ti­mentos, o Brasil não só quer ser um dos mem­bros fun­da­dores da ins­ti­tuição, mas também pre­tende pro­mover a ex­tensão da es­tra­tégia chi­nesa de «Um Cin­turão e Uma Rota» para a Amé­rica do Sul, a fim de re­a­lizar a ac­tu­a­li­zação das infra-es­tru­turas do seu país e da re­gião sul-ame­ri­cana.

A aposta chi­nesa na Amé­rica La­tina é sig­ni­fi­ca­tiva. Se­gundo in­formou no fim-de-se­mana agência no­ti­ciosa ofi­cial Xi­nhua, o co­mércio da China com a Amé­rica La­tina cresceu vinte vezes nos úl­timos ca­torze anos, as­cen­dendo a 263 600 mi­lhões de dó­lares (231 400 mi­lhões de euros) em 2014. Ainda se­gundo a agência, a ex­pec­ta­tiva é que o co­mércio com aquela re­gião atinja os 500 000 mi­lhões de dó­lares (439 000 mi­lhões de euros) dentro de uma dé­cada.

O in­ves­ti­mento chinês na re­gião está também a crescer em ritmo ace­le­rado, tendo já ul­tra­pas­sado os 80 000 mi­lhões de dó­lares, in­dicou a Xi­nhua.




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